
DIABETES MELLITUS E INSULINOTERAPIA
1. INTRODUÇÃO
O Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio crônico complexo, de alta prevalência na clínica médica de pequenos animais, caracterizado pela hiperglicemia. A alta taxa de glicose plasmática se deve à diminuição da secreção de insulina, da redução da sua efetividade, ou de ambos, resultando em distúrbios metabólicos de proteínas, gorduras e carboidratos. Assim sendo, cães e gatos diabéticos dependem de insulina exógena em doses adequadas para sobreviver. Os felinos apresentam a particularidade de, no início de suas patologias, não necessitarem de aportes de insulina. Nestes casos o tratamento se fundamenta em hipoglicemiantes orais, dieta adequada e atividades físicas. A progressão da doença pode determinar a diminuição da produção de insulina passando a ser imperiosa a insulinoterapia.
O controle glicêmico baseado na insulinoterapia intensiva é o principal objetivo no tratamento dos pacientes, retardando as complicações do diabetes. Inúmeras são as apresentações comerciais da insulina assim como são inúmeros os protocolos de tratamento, que se fundamentam na curva glicêmica de 24 horas. Entretanto o sucesso do tratamento é extremamente influenciado pela cooperação e dedicação dos proprietários e do acompanhamento veterinário
O tratamento inicial (seis primeiros meses) é de fundamental importância para a manutenção da vida dos animais acometidos, visto que 50% dos cães diabéticos morrem entre 4 e 9 meses após o diagnóstico. As principais causas dos óbitos foram a cetoacidose severa, doenças intercorrentes (pancreatite, insuficiência renal) e inadequação do tratamento.